Em 2008 o Festival homenageou um dos mais antigos fotógrafos do montanhismo brasileiro: Renato José Sobral Pinto. A exposição fotográfica “Os anos dourados do montanhismo brasileiro”, em homenagem a Sobral, foi carinhosamente montada pelos também fotógrafos Márcio Bortolusso e Fernanda Lupo. O nome faz referência a uma época onde o montanhismo era praticado de forma mais simples e sonhadora. Sobral, emocionado, discursou agradecendo a homenagem e lembrando um pouco mais daqueles momentos.
Uruca. Esse foi o nome da Mostra Competitiva de 2008. Ganhou o troféu Corcovado de melhor diretor e melhor filme. Uruca (7º VIIIc E4), de Erick Grigorovisk, é uma excelente animação sobre dois escaladores passando perrengue no Pão de Açúcar. Uma animação digna para levar prêmios em outros festivais pelo Brasil e pelo mundo.
Levaria também o de melhor filme no voto popular, caso o filme Culinária Casca Grossa, de Gustavo “Abah” e Gustavo Piancastelli, não tivesse cativado tanto o público. Um filme descontraído e engraçado, contando três situações onde o montanhista vai para a “cozinha” preparar o seu rango. Ápice, do diretor Guilherme Neto, levou a melhor fotografia. E fechamos a premiação com o Infinito, de Stéfano Braggio, levando o troféu de melhor trilha sonora. Foi uma boa estréia na categoria, pois Stéfano “Sequipa” é um dos mais aplaudidos DJs e produtores de trance do Brasil.
Pela literatura, 2008 teve dois lançamentos: Decolando para a felicidade, de Ruy Marra e Espírito Livre, de Marina Soler. Marina subiu ao palco agradecendo a oportunidade de divulgar o seu livro que fez em homenagem ao falecido marido, o montanhista Vitor Negrete. Ruy, além de lançar o livro, entregou o prêmio de melhor diretor ao Erick Grigorovisk, pelo seu filme Uruca.
King Lines com Chris Sharma e Arielist com Dean Potter foram sem dúvida os dois grandes filmes estrangeiros deste ano. Além de mais votados pelo público presente. O primeiro mostrou um pouco da vida nômade desse escalador e sua forma de buscar novos desafios pelo mundo. No caso, a via Es Pontas, um arco em Mallorca, Espanha. Já Arielist, traz Dean Potter testando seus limites em solos junto a abismos, BASE jump e high-lining sem segurança. Uma boa dose de adrenalina para nenhum escalador colocar defeito.
Filmes Premiados
Ápice
Paraná, 2008, 14 min • EscaladaDireção: Guilherme Kirrian Neto • Produção: Guilherme Kirrian Neto e Thiago de Andrade
Melhor Fotografia
Culinária Casca Grossa
Minas Gerais, 2008, 13 min • Culinária de montanhaDireção: Gustavo Abah e Gustavo Piancastelli • Produção: Casca Grossa Vídeo
Melhor Filme - Júri Popular
Infinito
Goiás, 2008, 23 min • Escalada boulderDireção: Stefano Braggio • Produção: Stefano Braggio
Melhor Trilha Sonora
Uruca (7º VIIIc E4)
Rio de Janeiro, 2008, 8 min • Escalada - animaçãoDireção: Erick Grigorovski • Produção: Erick Grigorovski
Melhor Filme - Júri Oficial e Melhor Diretor
Veja AQUI todos os filmes exibidos durante a 8ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha.
Galeria de Imagens
Lançamento de Livros
“Decolando Para A Felicidade”, de Ruy Marra
Misturando estudo científico (neurociência) e filosofia indiana, o livro é uma lição para todos aqueles que colocam a carreira acima da vida e que desrespeitam o próprio corpo. Na trama, Ruy Marra (bicampeão brasileiro de vôo livre) utiliza personagens fictícios para contar uma história real. Ele próprio trocou o escritório de advocacia pelo vôo duplo para ficar mais próximo da natureza, da família e de si mesmo.
São muitos os que irão se identificar com a história de Bernard e se inspirar a dar a volta por cima, ou, quem sabe, até mesmo a saltar de asa-delta – cujo risco e medo são metáforas para as dificuldades da vida, conforme constatado em pesquisa com dois mil passageiros.
“Espírito Livre”, De Marina Soler
Vitor Negrete vivia intensamente. Adorava situações e lugares extremos; tinha pressa, como se soubesse que viveria pouco. O livro foi escrito a partir de depoimentos gravados por ele, contando as suas aventuras, e com base na convivência que teve durante os três anos de seu casamento.
Exposição Fotográfica: “Os anos dourados do Montanhismo Brasileiro, de Renato José Sobral Pinto
m dos pioneiros no olhar vertical, verdadeira lenda viva da Fotografia de Montanha que aos 80 anos de idade completou 60 anos de trabalhos, feito inédito em todo o mundo. Realizou a sua primeira exposição fotográfica sobre montanhismo em 1957 e hoje ainda se dedica a mostrar as suas imagens em exposições pelos clubes excursionistas e parques do Rio de Janeiro.
O Fotógrafo montanhista documenta montanhas há mais de 60 anos e possui um extraordinário acervo com mais de 5 mil fotografias, imagens de escaladas emblemáticas (Agulha do Diabo, Chaminé Galotti, etc), escaladas do Dedo de Deus à primeira ascensão do Morro do Pico (em Fernando de Noronha, expedição financiada pela Aeronáutica), os maiores nomes da escalada dos anos 50 e 60 e curiosas técnicas de conquista dos primórdios da escalada tupiniquim – cordas amarradas na cintura, botas “cardadas”, grampos “pés-de-galinha”, sandálias com solado de corda, fixação de cabos de aço, etc.
Em 2004, durante a celebração de 65 anos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, foi agraciado com a medalha “Von Martinus”, merecido reconhecimento da sua arte fotográfica e uma homenagem a sua contínua dedicação em compartilhar com as pessoas as belezas cênicas do parque.